É legal ter metas, especialmente se elas partem de nós mesmos. Digo isso porque, quando a meta é sua, existe uma necessidade real interna que criou esse objetivo. Quando a meta é externa ela poderá ter partido por anseios e preconceitos alheios a você, que infelizmente forma entregues por um algoritmo que mostra o pior.
Num universo recheado de falsas micro-celebridades online, que surgiram na sorte de uma postagem e perigam desaparecer na próxima hashtag de sucesso, você deveria lembrar que a principal treinadora (substantivo bem mais legal que "coach") que você terá na vida é você mesma. Mesmo quando você está com ajuda profissional externa, é aquela pessoinha interna que faz a diferença na hora de ir um pouco além, de conquistar novos bons hábitos, de exigir o seu possível. Por isso é importantíssimo aprender a escutar o seu auto-treinador e descobrir o que anda requisitando de você.
Uma meta pessoal, vinda de você, é a melhor meta a ser cumprida. Porque ela parte da busca de um bem estar e é uma investigação de si mesmo, para uma compreensão sobre o próprio corpo, a própria psique, e te motiva na busca de alterações possíveis.
Atenção: tem pessoas em que essa treinadora interna virou carrasca, tipo o maestro do filme Whiplash. Essa voz interna vai ter que reaprender a falar com você, de maneira bem mais carinhosa, entendendo que vocês moram juntas e que existem formas positivas de buscar transformações.
Escolha uma meta simples, pra começar, e só faça metas complexas quando elas te animarem. Principalmente: esteja pronto para, muitas vezes, falhar na sua meta. Acontece, é uma das variantes. Mas se a meta era positiva, se os elementos pra ela eram positivos, aposto que a jornada pra se chegar até ela será prazerosa independente do resultado.
Acho que era isso, era o recado que queria passar hoje. Minha pequena meta do dia está cumprida.
Andrei Moscheto
professor de Ki Aikido do Instituto Shukikan
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