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Foram, exatamente, 610 dias sem dar uma aula presencial. A última vez que tinha entrado num tatame foi em 10 de março de 2020 e me lembro de conversar com os alunos sobre o Seminário de Ki Aikido que estava para acontecer, sobre testes com Kashiwaya Sensei e sobre como eu gostaria que eles treinassem no final de semana, em que estaria viajando e não poderia acompanha-los.
Infelizmente, depois daquele dia, eu só voltaria fisicamente ao Instituto Shukikan para auxiliar na mudança do material lá de dentro para um depósito.
Ensinar Ki Aikido online tem sido muito mais que um desafio, desde a primeira aula, pois o principal atrativo é o contato com as outras pessoas e como lidar com a pressão externa e interna – física e emocional. Só que sempre trazer a atenção deste fato para aulas online, onde as pessoas estão sozinhas em casa, é frustrante para a praticante e para o professor. Então as aulas online tinham que ser sobre a consciência do seu corpo e a preparação do aspecto mental para lidar com pressões. Minhas muitas desculpas a todes que tiveram que me aguentar enquanto adaptava a nossa programação para uma sequência mais condizente com o ambiente virtual.
Voltar a ensinar presencialmente, na semana passada, seguindo todos os ritos de segurança (ok, ok, talvez algum abraço um pouco mais longo pela saudade, mas sempre de máscaras) foi uma mistura tão grande de emoções que fica até difícil descrever. A primeira é a saudade, claro, de reencontrar as pessoas presencialmente. Pessoas que aguentaram o tranco do online com você desde a primeira semana e não desistiram. Então, a vontade é de chorar o tempo todo.
Aí vem a aula em si: fazer os movimentos com alguém, direcionar a energia da pessoa, treinar com pressão externa, ter ESPAÇO para rolar sem ter medo de bater na estante do quarto. Um retorno as origens, uma confirmação de porque essa prática parecer ser tão correta pra você. Uma carga de adrenalina imensa. Então, a vontade é de rir o tempo todo.
Nem todes estão conosco, pelos mais diversos motivos. Mas há três pessoas presencialmente, uma pessoa online, e estamos juntos para que possamos treinar conhecimentos baseados em antigas formas de luta que, hoje, servem a propósitos maiores. A honra é imensa. Então, a vontade é de agradecer o tempo todo.
Choro, risada e honra resumem extremamente bem como me sinto com Ki Aikido. Meu mais profundo agradecimento a todes que acompanharam esta longa viagem.
Andrei Moscheto
Coordenador do Instituto Shukikan PS – Estamos “parcialmente” de volta ao presencial, com estudantes que estiveram online conosco. A partir de 2022 vamos conversar sobre a adesão de novos praticantes.
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