Um dos empecilhos que previne pessoas de começarem uma prática regular de exercícios é que elas gostariam de estar em forma para poder fazer exercício.
Parece bobagem? Parece contrassenso?
Mas infelizmente é uma das tristes realidades. Numa mundo em que "performar" parece mais importante do que ser, em que toda rede social aparece coalhada de pessoas fazendo movimentos incríveis de força, agilidade, destreza, elasticidade, é estranho saber que ainda não se faz algo bem, que não se está pronto de cara, que não dá pra colocar uma programação na cabeça e, do nada:
- Eu sei Kung Fu!*
É importante cada pessoa saber que, no seu limite, é possível fazer exercícios sim. Tem muita elasticidade? Há exercícios para manter/ir além de imensa complexidade. Tem pouco ou quase nenhuma? Há os exercícios iniciais, ou bem básicos, ou adaptados a você, no limite das suas possibilidades.
É bem provável, especialmente para iniciantes, que a sua movimentação não "performe" incrivelmente na rede social, mas o objetivo dela não é esse - não deveria ser exclusivamente, pelo menos. Exercícios são momentos da sua conexão com você mesma, o momento que você dedica a sua atenção, o seu tempo, para si mesma de forma a restabelecer uma conexão saudável com o seu eu.
No Instituto Shukikan, tanto na aula de Ki Aikido como na aula do Método Co.R.Po, o nosso objetivo é que estudantes possam ter um momento na semana para adquirir um conhecimento que sirva para a aula e para o restante do dia, pois uma vez conectada consigo mesma a pessoa tem novas possibilidades de estar melhor conectada com os outros.
Seja em nosso Instituto, seja onde estiver, busque um tempo para si mesma que não tem compromisso em "performar" para mais ninguém. Assim, você descobre um dos mantras de paz interior, que é: não estou fazendo isso para a aprovação do outro, estou fazendo em meu benefício e que isso repercuta ao meu redor.
Andrei Moscheto
Coordenador do Instituto Shukikan
Foto base de Roman Davayposmotrim
* Referência ao filme, do século passado, "Matrix".
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