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A extensão do corpo

Foto do escritor: Victor VazVictor Vaz

Certa vez tive a oportunidade de treinar aikido de olhos vendados, mais especificamente segurando uma espada. Quando os olhos pararam de tentar achar uma brecha na venda e aceitei a escuridão como parte do treino, a espada se tornou meu foco total de atenção. Às vezes o sensei em questão batia lateralmente com a espada dele na espada dos alunos para averiguar a tensão do corpo. O que é interessante sobre isso, além do fato de que eu estava completamente tenso (a espada quase caiu da minha mão), foi que, após o golpe, eu não reparei somente que a espada havia sido atingida lateralmente, mas poderia dizer exatamente a que distância da minha mão isso tinha ocorrido.


Na época não dei valor ao ocorrido, mas recentemente estava rolando pelo meu feed do Facebook e vi esse artigo: http://bit.ly/2TSEKzK


Cujo estudo conclui que a resposta do cérebro para toques de outras pessoas num bastão de 1 metro era praticamente igual a como se as pessoas estivessem sendo tocadas no próprio braço!

O estudo deixa explícito que ninguém sentiu como se o bastão fosse uma extensão do próprio corpo, mas será que não é possível que isso aconteça após muita dedicação e relaxamento? Após 10.000 cortes de bokken? Não sei dizer.


O que sempre me instruem quando estou com a espada nas mãos é: não tensionar, tirar o peso do calcanhar, arrumar a postura e realizar o corte como se um inimigo estivesse na sua frente. Não sei se isso um dia vai me fazer sentir a espada como uma extensão do meu corpo, mas esse é o objetivo final do meu treinamento.


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